sábado, 19 de setembro de 2009

Arte dos Índios Brasileiros

Do período entre 5000 a.C. e 1100, há vestígios de culturas amazônicas com alto grau de sofisticação na fabricação e decoração de artefatos de cerâmica, como as da ilha de Marajó e da bacia do rio Tapajós, onde se registra a presença de complexos vasos antropomorfos e zoomorfos, com suportes e apliques ornamentais. Ainda no contexto amazônico, são dignos de nota as estatuetas de terracota, sobretudo com representações femininas e de animais, e os objetos de pedra, como os pingentes representando batráquios (muiraquitãs).

São igualmente importantes as cerâmicas encontradas na costa maranhense (tradição Mina, c. 3200 a.C.) e no litoral baiano (tradição Periperi, c. 880 a.C.), com difusão ampla e diversificada, atingindo certas áreas meridionais já em plena era cristã. Mais simples em sua composição do que as cerâmicas amazônicas, essas peças sobressaem pela diversidade de técnicas decorativas, que vão da pintura, incisão e excisão até o escovamento, corrugação, ungulação, etc.


De forma genérica, a arte plumária indígena e a pintura corporal atingem grande complexidade em termos de cor e desenho, utilizando penas e pigmentos vegetais como matéria-prima. Por fim, destaca-se a confecção de adornos peitorais, labiais e auriculares, encontrados em diversas culturas diferentes espalhadas por todo o território brasileiro.
A maior parte das manifestações artísticas dos índios brasileiros tem caráter utilitário. São objetos de uso diário ou cerimonial adornados com pinturas e enfeites de penas de aves ou de fibras vegetais: canoas e remos, cerâmicas, cestos, colares, máscaras, flechas e instrumentos musicais. Entretanto, os pesquisadores da arte indígena brasileira encontraram também objetos que não têm finalidade prática, como as esculturas dos índios tapirapés.


A arte plumária dos índios é muito desenvolvida. Em ocasiões especiais usam cocares, tangas, colares e pulseiras de penas de aves coloridas. Enfeitam também as armas com essas plumas. Merece destaque igualmente a pintura corporal. Nas festas e rituais, pintam o corpo com corantes vegetais para simbolizar um estado de espírito (alegria, tristeza, raiva etc.) ou a posição do indivíduo na tribo.

Hábeis artesãos, usam fibras vegetais para confeccionar cestos, peneiras, esteiras e abanos. Com um tear simples tecem redes de dormir e faixas para a cintura, braços e pernas. Utilizam também madeira, pedra polida, ossos e conchas em objetos utilitários e de adorno. É notável a habilidade dos índios para produzir objetos de barro — potes, panelas, urnas funerárias etc. — alguns deles adornados com desenhos coloridos e modelagens decorativas, como é o caso da elaborada cerâmica da ilha de Marajó e da louça de Santarém, fabricada pelos índios tapajós. Entre os objetos de pedra destaca-se a muiraquitã verde, amuleto em jade ou nefrita que as índias davam a seus companheiros para protegê-los.






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